MARGEM
Sentados num banco, frente à paisagem fluvial,
Vemos passar os corredores de fim de tarde,
Os pares que passeiam à beira-rio,
Os pássaros que debicam restos de comida no chão,
A água turva que não convida ao banho...
Ficamos assim, esquecidos no tempo…
É bom parar por aqui, descontraídos, após um dia de trabalho,
Depois passearmos de mão dada, por ali, até acolá…
Ruas cheias de gente apressada, chocando uns com os outros.
Por aqui, na margem do rio, que paz, que sossego…
Aquele é o nosso refúgio diurno.
A água desliza e uma ou outra embarcação,
Sinuosa como um cisne, também navega…
Calma, sem ruído…
Somente os pássaros teimam em chilrear, alegres, saltitando.
O entardecer avisa da chegada da escuridão,
Que faz iluminar eletricamente as ruas, os espaços…
Então o dia perde para a noite o seu fascínio,
É hora de jantar, depois, mais uma pequena caminhada,
Recolhemo-nos e fazemos amor docemente…