Tapetes cheios de pó

Estão ditando tudo, tudo estão ditando

E os velhos costumes são tidos ,como novos chegam

Está cheio de ódio na pista

Faz a prece e ainda resiste

Corre e ainda assim caminha devagar

Tropeça, se esquece e recomeça

Se olha pra traz só vê penumbra

Se faz penumbra, escolhe penumbra

A memória anda fraca, mas isso não é de hoje

não torcemos os nossos sorrisos a toa

não perdemos o nosso riso por causa de vintém

Não lembramos tampouco da discórdia

Apagamos história, e reescrevemos história

Talvez pensemos que chegamos ao progresso

De certo, estamos preso na mesmo antigo regresso

Há falsa perspectiva do real

Há falsa realidade, comportam-se balas

Espalha-se soluções tão mágicas

Esperamos palavras tão belas

Sonhamos com promessas tão quietas

Somos, estamos e permanecemos quietos.

Desespero por ver o mais fraco

Desespero por se tornar do mais fraco

Notamos e noto logo, o caso...

Nota-se o descaso, corrompe o provável

Joga-se fora por vários instantes, a todo instante?

Não traz, e trazemos nada de novo

não há nada tão diferente

não conhecemos nada que seja cem por cento inusitado

E nada mais nos emociona...

Não é a morte que nos deixam amedrontados

Nem tampouco a fome que nos deixam esfomeados

Não é a guerra que nos faz pensar no amanha, nem no ontem

Passamos por meio de vários espinhos

Colhemos espinhos, e fomos

O que nos arrepia é a incerteza?

Ou seria certeza?

Estamos, nós, preparados para enfrentar os nossos achismos?

Somos tomados por perguntas descomunais.

E ainda há espectro de busca pelo eu?

Ainda há, ainda que um pouco de esperteza no ser enquanto tomado de humanidade?

Ou nos tornamos torpes? Ou sempre fomos? Fomos?

Vemos história, repetimos fatos

Repetimos episódios de uma mesma revolução...

Talvez nunca tenhamos saído dela

Talvez o corrupto amadureceu e se multiplicou

Talvez o que foi jogado debaixo do tapete ali não caiba mais

A sujeira está mesmo tão grande ou ela sempre foi imensa?

Somos partes? Se somos que nos limpemos

Somos motivo? Se somos que dessa responsabilidade nos livremos

E somos libertários? Se não somos, que um dia [hoje] nos tornemos.

Mas que haja sempre a crítica

Mas que sejamos também consciência

E que da nossa tornemos amigos

Ou pelo menos, um tanto quanto conhecidos.

Bons conhecidos, da mente e do sentir

Da mente, do sentir e do agir.

Claudemir Evangelista
Enviado por Claudemir Evangelista em 05/05/2019
Código do texto: T6639959
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