Depois da Guuerra 21

Não tem intermediário, veículo, interlocutor entre nós e Deus, do que nós mesmos; para ouvir a voz do silêncio... que nos transmitirá quem somos, por que viemos aqui, o que estamos fazendo aqui, o que devemos fazer, para onde iremos...

Que serviço é este que cada Alma tem a realizar. Seria somente àqueles que exercem função social de norte, prumo para os demais encontrarem Deus, sentir Deus, compreenderem Deus pelos caminhos da Ciência, da Filosofia e da religião?

Oras! Não tem outro a não ser nós mesmos como o caminho, a vontade pura e desimpedida de Ser.

Da semente, para a completude vir a ser, as pétalas da rosa e o cheiro pairar como finalização da obra, devemos ser tudo daquilo que temos no Interior, deixando sempre aberto em nosso caminho, para a reconstrução interior, a capacidade de perdoar e ser perdoado, recomeçar naquilo que nossa compreensão não chegou como sendo o certo, o justo o ideal. Tudo, para, ao final, saírmos satisfeitos daqui, vivendo, e deixando viver. Sendo o jardineiro para as flores, o padeiro para o pão, o tecelão para o fio.

Ah! O que Sou para o outro!? O que fui de mim mesma? Como tanto balbuciam os Poetas!

Assim me refiro! Depois de ter-me sérvio dos saberes, comigo a carne e o sangue de mim mesma, submetida aos efeitos hostis das ações cegas que minha consciência volátil peregrinou para busca do alimento, do saco de pancada que me fiz por entre a gente, da notoriedade que empunhei do eu discursivo, pela voz do meu interior! O que sou?

Vejo-me, na altura do campeonato, como a potência de um ato na qual Deus, deu-me causa para ser neste tom, nem mais nem menos do que Eu Sou todas as manhãs quando desperto, movida no desenfrear da vontade de servir, ser nesta que tanto proseia, traduzindo o que não é meu, mas passa por mim, um fluído ininterrupto que está conduzindo tudo que sou a um futuro certo e definido, ao melhor que nunca fui.

Com não falar daquela que nasceu na Terra de TchaikovsKy, madame Helena Blavatsky. Que não intuiu deixar seus rastros no país de origem. Peregrinou no século XX, como Gurdjieff fez.

De personalidade forte e dinâmica, reagiu ao sistema ortodoxo que viveu de cultura. Com três meses de casada, deu por encerrado o casamento, saindo para o mundo em busca do auto conhecimento, visitando o Ásia, Índia, em especial, o Tibet. Por longo período foi dada como morta pelos familiares.

Considerada para muitos da ciência, da filosofia, e da religião, a que compendiou os escrito antigos do conhecimento primordial, unindo verdades comuns que deram norte para a Filosofia, a Ciência e a religião serem.

Assim como Aristóteles fez com os trabalhos compilados sob o título Física, um compêndio nos quais Aristóteles estabeleceu uma interpretação sistemática da natureza e dos fenômenos físicos que permaneceu até o Iluminismo e a formulação da Mecânica Clássica.

Depois de longo período no velho mundo na capacitação para aquilo que iria estabelecer no Ocidente, Helena B. se firmou na Europa, e mesmo com saúde delicada, e problemas pessoais infindáveis, sem contar com a resistência da crítica, que a julgava mentirosa, foi responsável pela moderna Teosofia, e confundadora da sociedade Teosófica.

Pincelei os olhos em alguns dos seus escritos, não me aprofundei saber de sua consciência em toda sua amplitude, mas não nego o que a intuição me revelava, quando para uma de suas fotos meus olhos se debruçava. Era como que na “Voz do Silêncio”, dos seus olhos me fosse traduzido: __Olha, escute a si mesma! Volte para dentro!

Para muitos foi prolixa no expressar, dura no relacionar, mas seu legado ficou marcado indelevelmente na história, firmou convencimentos, auxiliou no despertar das consciências de muitos cientistas, filósofos, homens da religião, à vocação, ao a que veio de cada um. Auxiliando, inclusive a ciência materialista do início do século XX sair do atoleiro das teorizações.

Faleceu aos 59 anos, passou aqui com muita pressa, e neste caminhar que arrancou toco, desbravou o mato da ignorância ocidental, deixou o trabalho feito, que unido a tantos outro, estão a dar adubo para o germinar das almas deste hoje. A espera do novo.

Márcia Maria Anaga (Direitos Autorais Reservados, publicado no site Recanto das Letras)

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 03/05/2019
Código do texto: T6638301
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