"Olívia Olivier..."

Menina de cabelo solto e sorriso preso... morena sem reticências e sempre vestida na melhor versão de sua tendência, sua própria pele. No olhar a calmaria das ondas e uma vastidão absurda de inocência "cinza azulada", mas de inocente ela nunca teve nada, mesmo sem jamais ter visto uma estrada, qualquer cor, um rosto, uma luz.... em seu mundo de "deduções" ela aprendeu sozinha a interpretar "corações", me disse que já conheceu vários deles. Já tocou um que mentiu "dizendo" não gostar de ninguém, meio ranzinza, mas foi o que à mais lhe ajudou, pena que a deixou.... foi fazer o que mais sabia, logo ali em uma "nuvem" e quando ela está um pouco triste aparece em sonho, e diz que só veio, porque foi obrigado mas fica "cuidando" de seu sonhar até o amanhecer (...) Ela conheceu um coração certa vez, bem diferente, estava sempre preocupado, sempre inquieto... parecia sempre atrasado, e pra variar não estava por perto quando "Olivia" mudou de cidade, desse ai ela jamais soube a idade, restou apenas "saudade", mas talvez o destino quisesse desse jeito, o ar... ficou sim rarefeito, por alguns dias. Na fila do seguro, em meio a muitos corações ela sentiu pena de um.... ele queria apenas que alguém lhe desse um "Bom dia..." ele estava um pouco cansado, já respirava com uma certa e perceptível dificuldade, com certeza já havia conhecido mais corações que Olívia... e ninguém mais lembrava dele, esse ela fez questão de não apenas tocar, abraçou pelo maior tempo que pode e agradeceu a oportunidade de estar "abraçando um coração tão raro! Em um ponto de ônibus, num dia chuvoso e frio.... o mês acho que era Abril, percebeu um coração soluçando, escutou na verdade uma lágrima ao "chão" tocando , era o choro de um coração que não queria ser mais "tocado", que não estava mais disposto a ser humilhado... por outro coração (...) Com todo cuidado do mundo, Olívia, respirou por um segundo, e disse: " As lágrimas podem até doer agora, mas são passageiras, olha a sua volta, o que você vê ai fora? Pode me dizer...."

(...) Olívia ouviu a melhor descrição da chuva, e conheceu o mais "intenso" dos corações.