O SANGUE DE BARATA

O homem diz:

“Errei,

mas ninguém tem “sangue de barata”!”.

O “sangue de barata”!

O que desejam as veias

de quem tem sangue do tipo?

Talvez a paz?

O homem diz:

“Errei,

mas tenho “sangue de barata”!

Desejo sossego a toda humanidade!”

Talvez o desejo seja outro.

O homem diz:

“Errei,

mas tenho 'sangue de barata'!"

O que desejam esses seres

(e os que tem “coração de papel”

“rabo entre as pernas”,

os que “trocam os alhos”)?

Talvez queiram espaço

(humanos e baratas

se parecem no aperto diário).

O homem diz:

“Que todos vivam em grandes arranha-céus!

Voem como maribondos!”.

Talvez não seja paz, nem espaço

o que desejam os seres da espécie

barata americana.

O homem diz:

“Errei,

mas tenho ‘sangue de barata’!”.

Que grande incógnita

para o “médico açougueiro”.

- Doutor, temos pouca reserva

do sangue do paciente!

- Será que vou ter que pisar em outros doentes

para tirar o sangue?

- Doutor, não se pisa em baratas!-

dirá a anestesista esvoaçante

pois, ela sim, conhece

a raridade

do seu próprio fluido corporal.

Paulo Fontenelle de Araujo
Enviado por Paulo Fontenelle de Araujo em 29/04/2019
Reeditado em 17/08/2022
Código do texto: T6635469
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