Elas

Oh Florbela, fica assim não, meu bem, você se equipara a fases da lua.

Faz parte de quem você é,

Se receba de peito aberto, menina mulher.

És como flor que teima em nascer entre pedras e espinhos.

Já cantarolava o cantor: ergo as mãos pro alto, nos meus dedos os anéis, flores crescem no asfalto debaixo dos meus pés.

Dos teus pés que traçam novos caminhos;

Todos os dias,

Busca uma resposta que não precisa ter.

Silencie tudo que há e ouça apenas o “tuntun... tá,

O samba, o blues, o forró, o rock” vem do teu coração.

És sim essa mistura linda de milagre e desastre.

Vexame e calmaria, solidão e tumulto;

Amando tudo que quer. Sendo amada por sabes quem.

Tu faz poesia desde as flores penduradas em seus cachos, até as unhas roídas e descascadas.

És a própria poesia.

Vai, dança,

canta.

Quinto elemento.

Tudo se envolve em chamas,

tudo arde nos sonhos de versos reeditados.

Fogo predador, fêmea visceral.

És mulher, és quem tu quiser!