Menos de uma mentira feminina
espreguiça o primeiro raio de sol, desmanchando em segundos a pose do vestido, puxando conversa com seus olhos numa provocação da fita do cabelo. esbarra em sua boca enquanto arremessa um sorriso e suspira uma desculpa com ternura, em um revezamento de sorriso e suspiro, num único dia. num ato falho perde um brinco, plantando evidências em meia porção de suavidade. trovoando mistérios, espera o próximo olhar... não sei bem explicar se é seu olhar manso esperando um assovio ou a proporção épica de seus braços, ou será ilusão feminina ancestral?! inicia o início do vício do trabalho em vão de entender (bem pior que grafia errada). joga a toalha, troca o biquine, retoma o batom, antecipa os segundos e guarda o penúltimo beijo junto ao ingresso feminino para a praia, num golpe fatal de perfume, maldosamente oferece a face, na mesma inclinação do céu para sua respiração reprimida. numa ação beneficente quebra o oceano que havia em seus olhos, caminha um quarteirão de seda até Copacabana mergulhada no mesmo sol com que você aquece seu café, fingindo desinteresse, já quase se convertendo no próximo desinteresse...