Não estava, mas poderia.

Não que ele estivesse apaixonado, estava encantado. Fazia tempo que uma alma não tacava a sua de foma tão sutil, com gentilezas e palavras, sempre tão simples e leve. Ainda assim, eram até o momento 'APENAS' gentilezas e palavras, suas intenções nunca ficavam claras o suficiente e ela parecia se deleitar com a confusão que causava, mas ele já havia se machucado um bocado por causa disso outrora. Não queria apressas coisa alguma se ria de viver aquilo, apesar que, em dados momentos ela conseguia fazer seu sangue correr depressa de tal modo, que se calar ou simplesmente rir não era uma opção: ele se expressava embaraçosamente, se retraia quase sempre logo em seguida e tentava disfarçar a forma que ela o bagunçava e sempre falhava miseravelmente.

Havia um 'quê' de mistério naquela situação que podia pender tanto para o bom quando para o ruim, sempre cambaleante de acordo com a sua ótica naquele instante; a incerteza do terreno em que pisava o fazia as vezes flutuar...sonhar, e as vezes chafurdar num desespero de ansiedade e causar uma recuada abruta, tradicional naqueles que percebem que estão se entregando cedo de mais.

Não, ainda não estava apaixonado, mas com toda certeza poderia, não por aquilo que ele queria que ela fosse, mas por quem ela 'já' era, que já tinha provado ser, com qualidades sutis que passariam despercebidas pela maioria dos olhos que facilmente se deixariam levar puramente pela beleza rara que emanava dela. Essa atração que sentia era mais sublime, independia da reciprocidade, mas ele sorria vacilante de pensar que sim, que era reciproco.

Não, ele ainda não estava (?), mas poderia.

Diomezio Almeida
Enviado por Diomezio Almeida em 25/04/2019
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