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Não tenho coragem para cantar,

para pedir isso que quero:

um amor e uma história bonita para contar.

A história, até então, não foi a da Mesopotâmia nem a das guerras mundiais.

Todos os campos de batalhas travadas travaram-se aqui nesta vizinhança.

Foi a história do desterro e do desencontro,

a dos perdedores,

a que ninguém nem sequer ouviu.

O mundo segue como deve seguir.

Segundo a segundo, tictacea uma balada besta de solidão;

enquanto isso, boia por cima da água o escrito:

Qual o sentido da vida? Da sua?

Não sem assombro, dá-se o salto mortal.

No assobio fino e agudo do vento contra o ouvido, na queda,

ouço um anjo murmurar qualquer coisa em meu ouvido.

Não entendo e, depois disso,

adormeço.

Fernando Béca
Enviado por Fernando Béca em 25/04/2019
Reeditado em 25/04/2019
Código do texto: T6631828
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