TECELÃ DO "EU"
Hoje sou tecelã de mim mesma, pego as linhas coloridas existentes em meu ser e tento com agulhas da criatividade, ternura, e sensatez, recriar o que se perdeu do que um dia fora inteiro. Não desejo remendos, mas uma nova obra de arte feita pelas minhas próprias mãos. Jogarei fora lembranças inúteis, queimarei os enganos, afogarei as feridas em ácidos corrosivos e bordarei em minha alma um novo “Eu”. Um “Eu” que possui o poder de reconstruir as ruínas que devastaram por algum tempo o meu viver. Farei do meu interior a casa mais linda que alguém jamais imaginaria construí-la. Nesse novo lar, o espaço é amplo e haverá salões imensos, onde trafegou os meus nobres poetas, um jardim com pássaros, ouvindo os grandes pensadores debaterem suas filosofias, numa sala ampla com meus coloridos quadros, e, em outro recanto, meus livros. Em meu quarto, cortinas transparentes onde a luz do luar ilumina minhas inspirações. Ah, também fiz um pomar onde farei colheitas de frutas frescas, e todas as manhãs, regarei meu jardim.
Também construí em mim, o mar, onde me banho e me encanto com sua imensidão linda e azul. Ainda há um riacho que será minha fortaleza, levando qualquer invasor para oceanos distantes, onde não pretenda tirar minha paz. Não foi fácil o recomeçar... Demorei a reconstruir minha nova casa, mas, agora estou imune a crueldade humana, e afirmo possuir mais alegria, paz, e vida!