A VONTADE DA EXISTÊNCIA (POESIA)
Pois que o Homem será extinto da face do Universo
luz que se apaga
deixando rastro de nada no vácuo
não sobrarão vasos de civilização antiga
tambores e violinos silenciam entre as estrelas
o Cosmos em expansão
esse vilão além das eras e do tempo
um dia desabará sua escuridão sobre constelações
trazendo mares de fogo e chuva de pedras
ah meus caros!
o poeta vê nuvens se desfazendo em sangue
enquanto as crianças queimam qual cinza ao vento
neste instante as verdades de desfazem
mera dança de prótons em onda e partícula
há os que celebram
resolvem viver uma vida num piscar de olhos
sorvendo o vinho e o prazer
comamos e bebamos pois amanhã morreremos
nademos nas águas do perigo e volúpia
uma vida é um grão de areia na eternidade
muitos se prostram em frente aos totens
rumo a bênção dos xamãs além deste mundo visível
sejai virtuosos meus caros amigos
além deste vale de dor e fel
há terras que manam leite e prazeres sem fim
tudo depende da lente em frente aos olhos
aos critérios para a arte e o conhecimento
o fato é que o poder embriaga e multila
a vaidade e a dor cegam essas nossas mentes
bandidos trocam de lugar com reis
os inocentes são ditos culpados da escravidão
no fim
o derradeiro passo apenas o que resta
a lágrima num momento de dor e conforto
o passo desajeitado num instante de coragem
a palavra dita no momento certo
por que tudo nasce e morre e retorna
na vontade constante que impulsiona a Existência