Se tenho defeitos? Incontáveis. Uns são de ordem prática, outros nem tanto. Reconheço a complexidade de viver, ao olhar no espelho pela manhã: o que tem pra hoje? PREPARADA? À fórceps, arranco alguns sentimentos e tento substituir por outros, que vivem machucando por causa da violenta ruptura (um mal necessário, melhor um caos indispensável). Tenho preconceitos (pré- conceitos). E quem não os tem, por gentileza, dê o primeiro tiro ou levante a bandeira da paz, sem hipocrisia... Somos apressados por demais para nos livrar deles, limitados o suficiente para errar e pouco sábios para nos livrar deste labirinto. Reconhecer o que há em si é tão libertador, mas tão doloroso, tão tardio, tão devastador. Travo embates entre o ser o ter e, por vezes, sem frescura, e com uma picada da mosca da vaidade, o ter me envolve como uma manta de lã em dias frios (tão necessária), mas um aquecedor resolveria, sem mais. Coisa desta tal humanidade a que pertenço, ou do que sou. Não gosto de tudo, nem de todos, mas respeito. Melhor isso que fingimento. Perco a paciência com muita facilidade e fico buscando o cenário onde a deixei para resgatá-la de barco, helicóptero, de balsa. Mas a noite cai e na penumbra desisto fácil. Não mudo por conta própria, sempre sou "vítima" de um empurrãozinho com uma ruptura agressiva, e me pergunto o por quê, já com a resposta na ponta da língua (se não leva a vida, ela televa). Falo quando não devo e peço aos outros silêncio, quando não aceito apreender, compreender, aceitar... Quanta incoerência? Aqui jaz a inocência. Em voz alta, falo comigo: paciência, paciência, paciência. Repito comigo: "...". E já saio gritando em seguida. Nem me ouço, quem dirá aos outros? Mas, na ilusão de ser, vivo de tentativas (ou as vivo): "Tanto faz não satisfaz o que preciso". O que não quero eu já sei, mas o que quero... É sempre uma descoberta acompanhada por um mistério. E poucos entendem porque viver demanda mais que protocolos. E tem tantos setores destes por aqui... Preguiça!