O impossível

Achei que era impossível, mas aconteceu, não estava curado e meu coração outra vez brincou.

Eu não queria mais sentir aquela terrível dor, aquela que me faz ficar de joelhos, te matando aos poucos.

Eu não queria, mas ele me pegou, uma loucura que tira o apetite, rouba meu sossego e faz os olhos perderem a cor, te enche de medo, te joga num canto e não te deixa dormir, afoga lentamente.

Já era, não adianta correr, não dá pra fugir, ele arranca pedaços, você grita, chora, pensa em desistir, se esconder, jura que nunca mais, fecha os olhos e faz de conta, mas sabemos que não é assim.

Sigo sem destino, olhando pra um céu sem cor, pra flor que a mentira despetalou, preso num atoleiro de ilusões, nas mãos, um punhado de sonhos perdidos, amar, já não é mais pra mim, pensei que seria diferente.

Eu sei, será assim, vai doer por um bom tempo, quem sabe pareça não ter fim, dizem que o amor é assim, queima no começo, arde no fim, que seja assim, vou queimar, arder se preciso for até vencer.

Achei que era impossível, mas ele outra vez me acertou, fingir não dá, ele chegou, rindo me abraçou, disfarçado, meu coração sangrou, a dor, ele, aquele que todos chamam de amor, em cinzas me deixou.

Fátima Silva e Silva
Enviado por Fátima Silva e Silva em 20/04/2019
Reeditado em 21/06/2019
Código do texto: T6627970
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