MUITO PRAZER.
Ahh...passa-me, ás vezes, pelo pensar, um jeito diferente de encantar. Passa-me, por exemplo, criar poemas sensuais e sedutores. Daqueles que arrepiam a pele, aquecem o sangue, dilatam as veias e fazem suspirar.
Queria nas palavras, aguçar os sentidos, duplicar os quereres, despertar desejos, fazer delirar. Quem sabe, talvez, um poema recitado, na voz mais trabalhada, num tom impostado, num recitar sensual...
Queria insinuar no arrumar das palavras, irresistível prazer, nas razões do querer. Queria nas rimas, despertar a paixão e nas reticências, eternizar o amor. Gostaria que a leitura, do início ao fim, fosse de pura gostosura, um deleite sem igual.
Mas esse meu jeito, meio sem jeito, de sentir e de querer, põe-se logo a me lembrar de que não há nada mais sedutor do que um verdadeiro sentimento. Aquele que veste de vermelho o coração e faz pulsar, sedutoramente, o ritmar de suas batidas. Aquele que desnuda a alma e dá vida ao existir.
E quando no encontrar dos teus com meus olhos, tenho certeza, num sorriso disfarçado, do teu olhar, o meu desviaria. Esse olhar onde nada se vê e tudo se sente.
E com esse sentimento, esse tão grande sentir, estaria a te seduzir, todos os dias e todas as horas desse meu existir. Pois é assim, com esse meu jeito sem jeito, meio torto, meio louco, meio loba, meio boba...é desse jeitinho que eu sei te amar.
Elenice Bastos.