Como elas
Como elas
Que eu tenha chorado no dia que nasci faz sentido
ao meu primeiro esgar disseram
feliz é você
Começou a jornada de uma incrível
confusão cuja essência arrulhava - e continua do mesmo jeito -
sou mais do que apenas o personagem do indivíduo
Dia a dia fico pasmo face as ladainhas dos faladores, preferível mil vezes flanar no meio dos quatro elementos das quatro direções magnéticas e saudar com minha química particular - pontual como a aurora e nostálgica como o poente - tanto os devas supralumínicos quanto os anjos de uma asa só
Colega, tem dias que driblo e me esgueiro tal qual moleque antigo
em feiras que já se perderam nas brumas, na cara dura subtraio idéias e
então canto antes de falar, desenho antes de escrever, danço antes de caminhar
Por acreditar demais na vida me é impossível desdenhar do campo morfogenético, da viração, sobretudo nas tardes calorentas, e das metonímias todas vestidas de dédalos coloridos, aprendi a duras penas a inexistência de espaços neutros, inspiro memórias e às vezes troco-as por moedas tremeluzentes, bastam segundos de parco discernimento e depois lanço para o alto, crente que quem oferece vive na frequência da confiança e apenas isso
Só na idade adulta admiti que desde sempre gosto de jogar o jogo do que me ocorre de repente, e a despeito dos meus destemperos momentâneos, não raro me derramo em duas faces, uma esbanja amor agudo, feroz, outra oferta suavidades sortidas, dir-se-ia gotas de orvalho mais tênues do que asas de borboleta recém-nascida
E assim, se de fato for comprovado que os aspectos gostam
de se esconder atrás das crenças, confesso uma inclinação quase obsessiva por histórias ao léu, como por exemplo, a que dizia de umas aves pardacentas e lerdas, que certos aborígenes catavam com facilidade, mas não comiam, com receio de ficarem estúpidos como elas
Como elas
Que eu tenha chorado no dia que nasci faz sentido
ao meu primeiro esgar disseram
feliz é você
Começou a jornada de uma incrível
confusão cuja essência arrulhava - e continua do mesmo jeito -
sou mais do que apenas o personagem do indivíduo
Dia a dia fico pasmo face as ladainhas dos faladores, preferível mil vezes flanar no meio dos quatro elementos das quatro direções magnéticas e saudar com minha química particular - pontual como a aurora e nostálgica como o poente - tanto os devas supralumínicos quanto os anjos de uma asa só
Colega, tem dias que driblo e me esgueiro tal qual moleque antigo
em feiras que já se perderam nas brumas, na cara dura subtraio idéias e
então canto antes de falar, desenho antes de escrever, danço antes de caminhar
Por acreditar demais na vida me é impossível desdenhar do campo morfogenético, da viração, sobretudo nas tardes calorentas, e das metonímias todas vestidas de dédalos coloridos, aprendi a duras penas a inexistência de espaços neutros, inspiro memórias e às vezes troco-as por moedas tremeluzentes, bastam segundos de parco discernimento e depois lanço para o alto, crente que quem oferece vive na frequência da confiança e apenas isso
Só na idade adulta admiti que desde sempre gosto de jogar o jogo do que me ocorre de repente, e a despeito dos meus destemperos momentâneos, não raro me derramo em duas faces, uma esbanja amor agudo, feroz, outra oferta suavidades sortidas, dir-se-ia gotas de orvalho mais tênues do que asas de borboleta recém-nascida
E assim, se de fato for comprovado que os aspectos gostam
de se esconder atrás das crenças, confesso uma inclinação quase obsessiva por histórias ao léu, como por exemplo, a que dizia de umas aves pardacentas e lerdas, que certos aborígenes catavam com facilidade, mas não comiam, com receio de ficarem estúpidos como elas