PLANETA DO "EU"

Existem momentos que não sei onde fiquei, se me perdi ou se já morri. Algumas pessoas foram tão importantes para mim, que os tinha como meu aconchego, cobertor, vinho, água e pão. Outros quebraram os pratos, rasgaram as toalhas, apagaram as chamas das velas dos banquetes que lhes presenteie.

Meu interior é como a própria terra, que existe rios, mares, planícies, e savanas. Consequentemente em mim, moram pôneis, golfinhos e feras. Possuo um território quase que inexplorado, onde poucos caminharam nas trilhas das vastas florestas do meu conturbado existir.

Eu me guardo, me monitoro, me escondo, me exponho e me perco. Sou caminhante de meus mapas sumidos que se deterioraram na poeira do tempo dos verbos, gerúndio e particípio.

O globo terrestre deste meu ser, não é para quem deseja conhecê-lo, porém, para quem possui a sabedoria para decifrá-lo. Difícil é me encontrarem, já que muitas vezes sou exilada de mim mesma. São várias falésias existentes em minha alma... Algumas estão destruídas pela erosão da crueldade humana, e outras, intactas, extremamente preservadas como as montanhas inexploráveis do meu coração.

Como a terra deste meu existir já foi maltratada; queimada com o fogo das ingratidões? Porém, adubo e replanto com as atitudes do perseverar, o que se faz necessário para continuar colhendo um olhar de compreensão, um abraço, um sorriso, um simples aperto de mão. Portanto, não quero que se faça deserto o território de minhas emoções!

TEREZA GUEDES
Enviado por TEREZA GUEDES em 16/04/2019
Código do texto: T6624859
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