E são as noites a sua principal companhia. Uma espécie de vício capaz de lhe tirar o fôlego ou devolver as suas mazelas, que insistem em formar uma escadaria sem fim até o seu destino. Relutar contra os sentimentos dá nisso. É uma corrida cujo tempo se determina sem exatidão, mas o percurso é impreciso, embora provável. Daí, sorrateiramente, figuram as mágoas que alimentadas pela desesperança e expectativa, acampam sem barraca numa mente turbilhante. E se carneiros contar, farão eles uma espécie de ritual, tipo roda circular, procurando equilibrar os monstros que, se encontram neste cenário vazio, na sua mais sublime forma de expressão: fantasmas a assombrar um terreno fértil (fertilizado) pela ignorante noção de controle sobre a vida, as pessoas, o mundo. Tão ingênuo a ponto de adormecer a alma e despertar o físico como se a atividade fosse a sua única e última chance. O travesseiro, encapado de arranjos de flores e a colcha dão um clima de aconchego, mas nada de concha e nem de chego; ao respirar profundamente em busca de um ar, o desejo é o poço, ou o fundo dele, como um convite escrito à mão, bordado em letras, assinando a pseudo ilusão de que, a noite passarinho, passará, passarão, e no fundo, bem lá no fundo, uma melatonina, uma fluoxetina ou um amor seria a tábua de salvação. Era noite, mas o galo cantou. Era dia e ela “se ia”, definhando aos poucos, na esperança de que, a lã acabe ou de que se acabe com a lã, é só!
Só por, hoje!
Só por hoje.
Só, por hoje!
Só por, hoje!
Só por hoje.
Só, por hoje!