Depois da Guerra 11
Cada vez que me ofereço a mim mesma, tenho-me nos meus braços vazios.
Sabe o que é isto? Estar consigo mesma, dentro de si, em si, e não se achar? Sentir como fosse Una com Deus?
Depois de muito tempo, vasculho gavetas dos livros empoeirados, a miúde percebo um ensebado, que ainda não tinha sido lido. Recordo-me que fora um dos últimos comprados antes da queda.
Veio na sacolada, ida a Casa do Livro após o ataque de gula para aquisição de novos. Fazia isto vez ou outra, saia com vários, muito deles nem abertos foram.
Aquele livrinho pedia para ser pego, folheado. Depois de tanto tempo, após a convulsão da alma, submetida à tortura das atividades do ego pela doença aterrorizante, em meio a tantas abstrações, ao abri-lo, lanço o olhar em palavras que me confirmam,o fato de não ter sido a única que expressa o Ser no “Vazio Luminoso”, no “Um sem minuto”, no “Ponto Zero”, estes estados de que tanto se fala nos textos aqui publicados. Senti não estar só na experiência que a mente me embalou.
O Poema da Quinta Meditação:
Ó TU, Senhor, que não tens cor
nem forma, cuja essência é a mais pura de todas, TU, que
estás dentro de nós mesmos e
fora de quem nada existe,
receba-me no teu regaço e
dá-me o conhecimento divino!
AUM! O orvalho brilha sobre o lótus.
No painel do destino os deuses
pincelam auroras de novas raças.
Abre minhas pétalas e mistura-te
Comigo...
OM...a gota de orvalho se perde
no oceano da eternidade...
PAI, inclino-me ante o teu poder.
Sou TU Mesmo ao dizer o teu nome!
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Foi preciso viver a guerra interna? Sentir o fogo interior que expõe o Ser no limite? aquele que define até onde vai uma vida?