SEM VOZ ATIVA

Outro dia

Outra experiência

Falta de paciência

Exalando no ar

A tal de Fina

Tão pequenina

Mas tem a sina

De uma espalhafatosa

Quase cor de rosa

De tanto atentar

Cava buracos profundos

Tira-me desse mundo

E joga-me num abismo

Da mais pura raiva viva

E assim descabelo-me por inteiro

Sou o primeiro

A ter tudo varrido

Sou quase perdido

Sem voz ativa

E ela cativa

Cada um que passa

E eu sem graça

Apenas olho o sonho

De ser feliz outra vez

Como já fui algum tempo atrás

Mas esse (....) nás

Acaba com minha paz

E assim fico a mercê de quase tudo

Nesse maldito mundo

Em que sou construtor de tudo

E não mando em nada,

Apenas obedeço à ordem

Desse pequeno animal

Que me deixa em baixo astral

Sem pódio de chegada

E sem ponto de partida,

Apenas partindo meu coração

Da mais pura aberração

De nada poder fazer

Além de deixar de ser

Quem sempre fui com galhardia

Onde a poesia tinha espaço,

Agora sou o compasso

De um fraco abraço

Que nada diz de importante.

Ela se apronta.

Ela apronta.

Ela é tudo.

Eu sou nada

Onde construí meu castelo

Agora nem mais espero

Uma gota de reconhecimento

Apenas sou sofrimento

Visto do lado de lá

Como um verdadeiro idiota

Que serve de escada

Para outros galgarem,

Inclusive a Fina

Que ainda menina

Toma conta do pedaço

E eu feito palhaço

Que nada de graça tenho,

Apenas com um nariz enfeitado

Para eles gargalharem

Não hora que quiserem.

Rondonópolis – MT, 2019.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 11/04/2019
Código do texto: T6621343
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