e se as cortinas caírem?
Eis, que sob a regência do maestro confuso, a orquestra - ela mesma não composta de músicos, mas de simpatizantes do maestro - executa a composição em ritmo diverso ao da partitura. A platéia, parte composta de apoiadores do maestro e parte de gente admiradora de outros ritmos, assiste ao espetáculo estupefata. Cada qual pondo-se a tocar o que lhe convém, o fato é, que aquela polifônica execução, ensurdece mesmo a quem antes se dizia admiradora do maestro. Tanta é a confusão que não há quem consiga esconder o descontentamento, porém, ficam calados, imóveis como se o desencontro do regente com seus seguidores, causassem certo desconforto estomacal. Não há remédio para flatulências mentais, disse outro dia, um senhor já nos seus 80. O maestro que já ignora por quê está ali, insiste em reger o espetáculo, porém, ninguém espera final. E o palco fica na penumbra.