Labirinto
Ontem senti vontade de ir para um lugar distante
de tudo e de todos, de poder sentir outros ares,
sem olhar para outros rostos,
era urgente que eu ficasse
absolutamente só.
Foi então que cheguei à uma praça,
cheia de flores,
fiquei sentada ali por horas, calada,
sem querer lembrar de tudo o que deixei para trás,
repensei coisas, e pessoas,
algumas que dão todo um sentido a minha vida,
se precisei fugir,
foi por circunstâncias causadas por mim mesma,
porque sempre me excedo em tudo o que faço
e sinto,
buscava nessa fuga, um equilíbrio, e talvez
ao retornar,
eu pudesse me sentir melhor, útil,
ou ficasse de vez esquecida…
Nessa viagem através dos meus pensamentos,
regresso agora,
sei, estou num labirinto, cuja saída,
é no meu canto obscuro, ah essa minha alma
aflita,
que quer esquecer as suas lutas, a ingratidão,
agora abraça a loucura causada pelo deserto,
sente sede, sente fome,
quer esquecer alguns nomes, mas, cada vez mais
no mundo externo adentra.
Na verdade,
Essa alma, permanecerá presa,
não pode deixar tantas coisas, tantos sonhos,
nada pode forçar quando a sua única saída,
é à sua velha janela, esperar.