Depois da Guerra 8

Que altura quer chegar? Ó, Alma sem lado! Não consegue mais ser partidária, nem tem mandado comandos, para que eu me distraia com interesses para desvios de rota. O pacto que tenho mantido, em caráter de irrevogabilidade, é me manter no caminho, o da Suprema Canção. Sem malas.

Como pode sentir segura no esconderijo do Altíssimo? À sombra do Onipotente?

O nada habita nestas palavras, de sombra e esconderijo indica estar a buscar refúgio para se ver livre de tantos porquês, antídoto em forma de palavras para coibir o terror de que pode estar a viver no corpo físico como fosse a única e última vez. O ser pronto para ser no instante, para depois, “puft”.

Porquê deleitas tão tranquilamente nestes versos? Insiste continuar fluir nesta correnteza interna.

Dita, o Velador do coração, que apesar de tanto, está tudo certo.

Diuturnamente, Alma querida! Vive, interage comigo, mas subjacente, o ser Crístico que visitou o Planeta, há dois mil anos atrás, me religou, este que permitiu-me abandonar o fragmento que vivia. Tornei-me inteira!

Não há sentido para crer nisto, olhando de fora para dentro, não passam de palavras estrategicamente colocadas para amansar o juízo, que busca e não encontra, que bate e a porta não se abre, que pede respostas, e elas não veem, para sanear os mistérios que mantém a razão estéril, sem solução para o interior do homem, incapaz de acalentar as desilusões de não termos, raça humana, conseguido extinguirmos o sofrimento causado pela intolerância religiosa, de cor, de raça, violência de toda sorte, muito menos extinguido definitivamente a guerra do meio de nós.

Guerras e mais guerras, internas e externas. A condição humana dita o futuro, parecendo como que inexorável. A autodestruição indica ser o caminho.

Mas cá dentro, a grandeza me tomou, aquela sensação de estar sobejando, num porto seguro, à sombra da Origem.

O subterrâneo que leva o inconsciente, quando ouço a Rapsódia Húngara n. 2, de Liszt, sinto como que m` alma sendo embalada por Deus.

Alma! Contigo quero continuar estar, sei que estás me levando para onde somente será planície.

Cordilheiras e montanhas deixarei de subir, me levará naquele lugar onde a altura e a profundidade não mais me separará do amor, Deus, em Cristo.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 06/04/2019
Código do texto: T6617053
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