Depois da Guerra 7

No tunelamento quântico viajo. Visitei noutro dia, velhinhos nos leitos que temiam a chegada do fim, no limiar do finalmente, quando os corpos estavam a processarem o restante da autorreprodução celular.

O encontro revelou o encurralar daquelas almas nos corpos gastos.

Fragilizados pela finalização anunciada , no leito definidor, olharam nos meus olhos buscando respostas que pudessem levar o desaparecer da insegurança do estado de partida.

Pediam serem amparados, intuiam-me a tomar uma postura , estavam às margens do inarredável fim.

Buscavam no contato, não salvação, nem o evitar de que a morte os tragasse, mas que eu, na presença pelo corpo naquela ocasião, desse amparo para a partida.

Em mim, meio que pelo impulso do momento, lágrimas brotaram em meus olhos.

Via-me na personagem que contracenava com os velhinhos, testemunhei o nascer em m"alma da natureza compassiva.

No coração, a compaixão surgiu como mãe, ditando o que dizer àqueles que iam.

Em meio as lágrimas, dizia com voz irrigada de certeza . Sabia que estava certa:

---- Não se afligem! Estarão no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descançarão.

Deixei o cenário consolada pela compreensão recebida, percebida nas expressões daqueles moribundos, apaziguaram.

Almas, que de aflitas, passaram expressarem aceitação nos olhares. Conforto.

Acordei com o resquício no coração da vibração do vivido. Paz, conforto, segurança.

Entre as guerras nos mundos, existe o tecer de Deus, reformando os estragos. Inovando, costurando o que cria rumo ao perfeito.

Ótica Dele. Irrevelada.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 04/04/2019
Reeditado em 04/04/2019
Código do texto: T6615648
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