Deois da Guerra 6

Umidifiquei a alma do arrego divino, aquele estado permanente, em doses homeopáticas, que expõe a vontade ao bastar-me no estado da bem aventurança.

Compartilho com o partilhar do pão realizado por Deus àquilo que criou, no silêncio da noite. Mantém na leveza de contato tudo, temperança de gosto, cessa indagações e porquês, resta somente a contemplação, a aceitação de sua Soberania, há o prostrar de m`alma a tamanha audácia, vejo com os Olhos da intuição, sem possibilidade do desenho, a face espelhada do Supremo, que me reflete um realizar permissivo, e ao mesmo tempo, ponderado, retributivo, centralizando nele o justo nas diferenças, aparando o alto e o baixo, o raso e o profundo, entrelaçando as cores, sem deixar de sublimar tudo nos retoques da luz e da sombra. O perfil de sua Suprema Personalidade é da extrema e absoluta vontade, sem partilha de mando, Ser pronto para fazer e refazer ao seu critério e modo a realidade, tendo o tempo e o espaço ao seu dispor, mistério da origem irrevelada.

Chega atuar como o pianista no toque dos dedos no teclado na execução da música, os ouvidos da alma sente o poroso e o macio de seu toque, como uma vez poetizou Rubem Alves sobre o audível de uma música clássica.

Recebo o alimento, deixo de lado o saltitar dos pensamentos e emoções, não pela técnica ou estratégia, mas simplesmente por ser atraída para o nada luminoso, e ali ficar.

Não O vejo lendo a partitura, mas sinto seus suspirares, leves como pluma ao vento, quase imperceptível, sem canto, sem lado, Onipresente, Onipotente, Onisciente. Ele faz, realiza, saboreio do que se apresenta a mim.

Às vezes, depois de vencida no silêncio da madrugada, quando tudo decai à inatividade, e meu ser sente embalado pela sintonia inaudível da criação, depois de muito os leões dos sentidos do corpo soltos comerem vorazmente sob o estático do corpo, na atividade desenfreada do pensamento e das emoções , até não aguentarem mais, e no aprofundamento do estado estático do corpo, o Observador que me habita vê todos enfastiados de satisfação, até que a mente também é dispensável, e meu Ser cai em Alfa.

Consigo ficar no lugar intangível onde a perfeição opera, esqueço do que sou no corpo, do que são para para mim, do que represento ser para quem me enxerga na carcaça corpórea.

Parece brincadeira de criança inteligente, o trabalho que o Insondável faz.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 02/04/2019
Reeditado em 02/04/2019
Código do texto: T6613841
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