Essências
Ondas do mar...
Da alma amar e marés...
Nas rochas e suas nascentes...
Doces se misturam se solidificam em gotas...
E nunca últimas...
Lavam mas não umedecem...
Querem secar, mas infiltram e inundam...
Sem cessar...
Ondas que vão...
E não vem e vão... e vem e não vão...
E no chão da essência espera a reflexão, desta vez...
Com uma vassoura piaçava na mão e esfregar seu chão...
Esfrega daqui até ali, e nos cantinhos aproveitando cada gotinha...
Deveras fosse essa enxurrada de emoção. Diz a reflexão...
E quando bem esfregada a essência ....
E quem corre com o rodinho...
A esperança sorrindo...
E puxa aquela toda água e pouca água do chão tão límpido...
Que outras cores desembaçadas veem todas as constelações envidradas...
Azuis, violetas e todos os planetas envoltos dum coração e seus satélites...
Aquela água não de tamanha vontade da esperança com sua força irrigou os campos, os canteiros, os campos da alma...
Quando nesta hora a solidão carrega em suas mãos uma bandeja de madeira talhada em flores de carvalho envelhecida e polida, uma xícara com chá de erva cidreira, colhidas nos campos férteis, a grande plantação medicinal do tempo.
E oferece a essência...
Quando a reflexão diz,...
Sirva um suco de laranjas do pomar que existe nos campos do discernimento!
E ela a essência diz...
Não o suco engorda trezentos de caloria...!
A tristeza perto diz...
Ela parou de chorar?...
Parece tranquila...
E há uma porta que ao tempo todo não parava de ser tocada, querendo alguém entrar...
Insistentemente...
A tristeza abre para ver quem perturba tão apressadamente...
E do lado de fora gesticulava a tristeza dizendo que não era a hora ainda para a felicidade entrar...
Como já entardecia e uma serração densa descia, num manto prateado envolvia a reflexão e a solidão se abraçaram e sorrindo para a esperança e disse vamos que a essência ira adormecer.
A tristeza recolheu a vassoura e o rodinho abraçou a felicidades e devagarinho...
O olho do espirito planou para outro amanhecer...
Aquele canteiro seco que a lágrima cobriu, seus nutrientes conceberam...
Num vermelho ardente a luz ardia sua seca tardia nas mãos da essência que abria sua alma...
E de um sonho se tinha tão leve seu dia mesmo o mesmo quando noite seria se naquele dia não seria tão lindo amanhecer...
Seu canteiro florido, cada flor de perto sentida com tanto amor de seguida a cada ramo de caule, a cada folha e risco em sua mão de folha a cada perfume um sabor de vida e de perda.
Caminhando para sua porta a essência olhou e percebeu...
O que é aquilo?
Uma árvore e em sua sombra correu e se abraçou com ela...
Numa sombra a cadeira de ferro com assento bege ela colocou, e acima um candeeiro iluminou seus livros e contos...
E quando o entardecer lhe trás lágrimas nos olhos sem querer ousar ter...
Sem entender...
O Jardineiro veio ter com ela...
O Arquiteto do Universo...
Ouvir da essência suas poesias vividas...
E cada gota sua de lágrima sentida como uma saudade de alegria brinda com a certeza de um sorriso do Jardineiro para seu jardim em essências...