Lágrimas noturnas
Nas dobras da noite ficam silêncios profundos. Lágrimas migrantes do continente das desilusões se aquietam nas ribanceiras da solidão.
O mundo é vasto nas lamentações, nas aberrações e distúrbios da natureza humana. Há quem fale de amor o tempo inteiro e vive com o sinônimo dele: DOR.
São tantas teorias sem nenhum experimento. São tantos sonhos sem necessidade, porque de abstrações, já é preenchida a essência que quase ninguém vê. Lodo das profundezas dos lagos das emoções, repele contentamento, quando o cristalino é somente superficial. Muralhas são sempre construídas alegando proteção. Quando erguidas dentro da gente tem outras tantas intenções.
Mistérios povoam o noturno, esse que abre os olhos e tateia somente escuridão. Antagonista se faz a esperança, no longa-metragem que encena o vazio. Do caos nascem as descobertas, porque ajeitar-se é coisa de alma. Mas há quem se ajeita e ainda na cena do vazio permanece até o desfecho.
É fato que a noite quando desce, deixa que o sol brilhe no corpo das estrelas. Pirilampos desdenham delas por não possuírem luz própria.
De longe e de perto os silêncios se tocam. Lágrimas secam nas faces, demarcando caminhos para outras que espiam a descida no cantinho dos olhos.