Onde está meu sonho?

Sinto que algo me falta

Enquanto caminho incerto.

Sinto que a ninguém pertenço,

E que nenhuma de minhas certezas

tem mais valor que um jogo propenso

ao desgaste, a fadiga e a mendiguez da rima.

Penso em meus sonhos, factuais e ligeiros,

que não duram para além do sono.

Penso no seu abandono, quando de mim foge.

Penso no pobre sonho, que a mim faz refém

Em suas prisões de lágrimas e vento.

Aonde vais, amigo sonho?

Por que levas de mim os amores?

Fica, mesmo que um pouco,

Para que eu possa enfrentar com destreza as dores.

Aonde vais? Por que insistes em deixar-me?

Acaso não mais lhe agradam meus versinhos?

Entendo-o...

A vida parece mesmo ser feita de caminhos tortuosos,

como me disseste da última vez que me veio,

em meio às tuas intermitências.

Dorme, velho amigo. Não mais vou perturba-lo,

Se não cuida-lo para que não fujas.

Felipe Chaves
Enviado por Felipe Chaves em 01/04/2019
Reeditado em 04/04/2019
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