E se me perguntarem porque sumi desse mundo, direi sem receio: apenas criei o meu... E nele não cabem recordações do passado que me tiraram o chão. Tampouco fantasmas que assombraram o meu pensamento causando dor, medo e aflição. Criei um mundo sim, independente mas não individual, insistente mas não intrigante, ausente de produto vazio mas cheio de gente que sabe dar gargalhada (mas que não seja dos meus desalentos), inclusive de si mesma. Um mundo onde o silêncio grita internamente e as palavras viram atos e não se perdem no tempo ou no vento. Um mundo onde os corações voam e vão de vento em popa pela leveza do que transportam. Um mundo onde o ser é uma dádiva e o ter uma consequência da exigência social. E lá no íntimo, de onde partem os sonhos, o mundo se vire ou se vire no mundo, aqueles que entenderam a imagem reflexiva de um lugar que criei e envolvi numa redoma, de vidro frágil, porém apto a ser visto, revisto e analisado, sem contudo ser invadido, a não ser que seja quebrado... E haja cacos!