Nó
Desate esse nó apertado em seu peito.
Não finjas que nada sentes.
Isso parece despeito.
Em algum momento somos fragmentados
para depois nos reconstruirmos,
rearrumados e de um melhor jeito.
Não alardeie que a solidão é benfazeja.
Talvez seja necessária,
mas não por muito tempo,
ou vira tormento.
Dê aos seus olhos uma quedinha para trás,
e perceba que na estrada do conhecimento,
alguma mão lhe ajudou, te empurrou.
Não vale o esquecimento.
A ingratidão é terrível pecado.
Com o tempo, corrói por dentro
e ata novos nós,
gerando ressentimentos.
Ninguém se constrói apenas com o próprio esforço.
Até as míseras andorinhas saíram de um ninho.
Jamais ficam ao relento.
Um dia terás que encarar um espelho.
Lembrarás que ignorou conselhos.
Talvez seja difícil, mas necessário é reconhecer
que muitos dos dissabores ao longo da estrada,
são consequências de nossos destemperos.
Haverão dias em que precisarás retirar a(s) máscara(as)
e remover os vestígios de mágoas acumuladas.
Marcas que se tornarão indeléveis
se vez ou outra não lavares o rosto.
Pequenos vincos podem virar profundos sulcos
que tendem a rachar a alma
e deixar escorrer de vez para fora,
aquela essência que o tornava alguém mais puro.
Nem toda escolha mal feita é definitivo descaminho.
Existem atalhos, mas também retornos.
Bom lembrar que remorso não é arrependimento.
No dia de sua vitória, será muito triste,
se tiveres que estourar o espumante sozinho.