O Presente

Enquanto o poeta dormia, sua inspiração decidiu sair do seu corpo e seguir pelas linhas brancas do repleto. Ela sentia cada segundo nos pensamentos mais profundos e conseguia decifrar na dor de uma paixão sua razão ou seu desperdício. Por isso ela entrou em outra dimensão de sua existência.

Logo pela manhã o poeta sentiu algo diferente em suas mãos, estavam vazias de letras e linhas, metade apenas dele vivia a outra se absorvia numa profunda realidade a sua frente.

Não conseguia entender o olhar daquela manhã e nem as lágrimas que desciam das folhas, o sereno, nem conseguia pintar um dia novo em seu quadro particular de vida. A caneta lhe era mais pesada, depois de alguns dias o poeta foi definhando, perdendo sua maior riqueza, sua inspiração.

Existem poetas desconhecidos que doam como presente suas inspirações em forma de sementes, ideias ou simplesmente um tapete voador.

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 30/03/2019
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