O Presente
Enquanto o poeta dormia, sua inspiração decidiu sair do seu corpo e seguir pelas linhas brancas do repleto. Ela sentia cada segundo nos pensamentos mais profundos e conseguia decifrar na dor de uma paixão sua razão ou seu desperdício. Por isso ela entrou em outra dimensão de sua existência.
Logo pela manhã o poeta sentiu algo diferente em suas mãos, estavam vazias de letras e linhas, metade apenas dele vivia a outra se absorvia numa profunda realidade a sua frente.
Não conseguia entender o olhar daquela manhã e nem as lágrimas que desciam das folhas, o sereno, nem conseguia pintar um dia novo em seu quadro particular de vida. A caneta lhe era mais pesada, depois de alguns dias o poeta foi definhando, perdendo sua maior riqueza, sua inspiração.
Existem poetas desconhecidos que doam como presente suas inspirações em forma de sementes, ideias ou simplesmente um tapete voador.