VEM CÁ, PATRÍCIO
Patrício, vem cá.
Senta neste cepo de pau
E me diz uma coisa
Tu viste aquilo lá?
Patrício...
Vou te dizer uma coisa:
Aquilo lá me deu mais nojo
Até uma disenteria,
Tanta agonia...
Patrício, nunca mais vai lá.
Lá fede a bode, a bofes, a merda mesmo.
Viu só quanta grana nossa levam todo ano!
E como se combinam para garantir a todos eles.
Patrício, tu sabias:
Que já, já vão botar a mão no décimo?
Sabe, o décimo terceiro?
Patrício, Patrício, no Natal de teus netos!
Patrício, bota as pilchas,
Mas não te enganas, não ficas mais valente!
Só um pouco mais folgazão
E talvez te lembres até
Que um dia aqui no Sul se peleou
Contra coisas como essas.
Patrício, bota na cabeça:
Naquele trinta e cinco a coisa era muito mais pequena
Do que foi no tempo do caçador de marajás,
Que ainda pegamos, mas agora, pegamos mais ninguém!
Patrício, que vergonha!
Patrício,
Olha para as escolas e para os hospitais;
Olha para as estradas e para os becos e favelas.
É!...
Lá nas favelas o bicho pega, a bala voa e no trem ecoa.
Patrício, estou aqui pensando,
Se o diabo já não apagou o inferno!
Acho que a lenha acabou
E ele deixa o calor por conta de nós.
Patrício, nós vamos arder cada vez mais
Neste inferno global.
Os ricos gastam tanto recurso natural
Que a Terra já não pode dar conta.
Mas isso é outra história, Patrício,
O negócio que não me sai da cabeça
É como pode
A democracia parecer tão boa
E dar frutos tão podres e fedorentos!
Patrício, tu sabes de uma coisa:
A vergonha nacional virou uma porcaria!
Agora cada um tira uma lasca
E o povo, que se lasque!
Mas, podes deixar, Patrício,
Já que ficas quieto, aí, o tempo todo,
Eu pego um avião
E, se ele não cair,
Vou pra lá com ovo podre
E cago na cabeça de um por um.
Aí tu vais ver, Patrício,
Como a justiça vai ser ligeira
E eu paro no xilindró
E, assim, tão só,
Vou ter um pouco de paz!
Mas não tenta pagar fiança por mim, Patrício,
E nem pede justiça..
Só no dia que fizerem justiça para todos
Vou querer pra mim também.
Patrício, fala,
Patrício, tu ta calado demais.
Falaaaaaaaaaaaa, Patrício,
Ou tira essa bombacha de uma vez!
Patrício, vem cá.
Senta neste cepo de pau
E me diz uma coisa
Tu viste aquilo lá?
Patrício...
Vou te dizer uma coisa:
Aquilo lá me deu mais nojo
Até uma disenteria,
Tanta agonia...
Patrício, nunca mais vai lá.
Lá fede a bode, a bofes, a merda mesmo.
Viu só quanta grana nossa levam todo ano!
E como se combinam para garantir a todos eles.
Patrício, tu sabias:
Que já, já vão botar a mão no décimo?
Sabe, o décimo terceiro?
Patrício, Patrício, no Natal de teus netos!
Patrício, bota as pilchas,
Mas não te enganas, não ficas mais valente!
Só um pouco mais folgazão
E talvez te lembres até
Que um dia aqui no Sul se peleou
Contra coisas como essas.
Patrício, bota na cabeça:
Naquele trinta e cinco a coisa era muito mais pequena
Do que foi no tempo do caçador de marajás,
Que ainda pegamos, mas agora, pegamos mais ninguém!
Patrício, que vergonha!
Patrício,
Olha para as escolas e para os hospitais;
Olha para as estradas e para os becos e favelas.
É!...
Lá nas favelas o bicho pega, a bala voa e no trem ecoa.
Patrício, estou aqui pensando,
Se o diabo já não apagou o inferno!
Acho que a lenha acabou
E ele deixa o calor por conta de nós.
Patrício, nós vamos arder cada vez mais
Neste inferno global.
Os ricos gastam tanto recurso natural
Que a Terra já não pode dar conta.
Mas isso é outra história, Patrício,
O negócio que não me sai da cabeça
É como pode
A democracia parecer tão boa
E dar frutos tão podres e fedorentos!
Patrício, tu sabes de uma coisa:
A vergonha nacional virou uma porcaria!
Agora cada um tira uma lasca
E o povo, que se lasque!
Mas, podes deixar, Patrício,
Já que ficas quieto, aí, o tempo todo,
Eu pego um avião
E, se ele não cair,
Vou pra lá com ovo podre
E cago na cabeça de um por um.
Aí tu vais ver, Patrício,
Como a justiça vai ser ligeira
E eu paro no xilindró
E, assim, tão só,
Vou ter um pouco de paz!
Mas não tenta pagar fiança por mim, Patrício,
E nem pede justiça..
Só no dia que fizerem justiça para todos
Vou querer pra mim também.
Patrício, fala,
Patrício, tu ta calado demais.
Falaaaaaaaaaaaa, Patrício,
Ou tira essa bombacha de uma vez!