Escrever é arte
Escrever requer paixão, tempo e perseverança.
Considero-me uma adestradora das palavras, das letras, das interjeições e sou adestrada por elas. Tão absolutamente volúveis, as palavras moldam-se às situações e sentimentos de tal forma, que chegamos a atá-las à nossa memória revestidas de cores, sabores e odores. Sim, essas companheiras que surgem em minha mente nos momentos mais imprevisíveis, tem a capacidade de libertar uma ideia do mais encarcerado e oculto recôndito da alma e traze-la para a luz dos olhos de um sensível leitor.
Há de se estar atento pois, as palavras, também tem o poder de confundir, iludir, falsear. Unem amantes e destroem relacionamentos. Salvam reinos e causam guerras.
Grifadas, codificadas, cifradas, ainda são palavras, as únicas capazes de dar vida ao insólito, a descrever um suspiro, caso esteja aos cuidados de mãos hábeis e instrumentalizadas por um cérebro gentil.
Escrever é arte!
Talvez o escritor não tenha pleno domínio gramatical - um bom editor pode cuidar disso - entretanto, seu valor não será desprezado, pois ele tem o dom da inspiração.
Em tempos de insensibilidade e individualismo, o ato de escrever e ler se tornam companheiros inefáveis, como chegar ao orgasmo com quem se ama. Esse amor indizível flui pelos dedos, gerando vida por meio da caneta que se enamora do papel.
Romantizar as palavras seria impossível, elas já são por si só.
P de paixão
A de arrebatamento
L de luxúria
A de amor
V de volúpia
R de romance
A de ardor
S santidade
Escrever é divino!
Por meio da palavra, tudo que não havia se fez.
Deus é o verbo e o verbo se fez carne.
Imortalizamos pessoas e momentos por meio delas. Levam conhecimento, esclarecem o obtuso, entretém o enfadado.
O que eu faria, sem elas?
O que eu seria, sem elas?
Outra forma de amor que se assemelhasse seria a música mas, até essa se valeria das cifras.
Estou perdida de amor e triste por não poder dedicar a atenção que essa devoção tanto merece. Quanto mais me identifico, mais as anseio e mais elas suprem minha alma.
Quisera poder viver delas e para elas. Quisera ser suficientemente criativa para poder explorar toda sua capacidade e, ainda assim, não atingiria a plenitude.
-RP-