Livre como um pássaro

Livre como um pássaro

A vida de um homem que faz o que não gosta de fazer, é triste e oprimida, vive na realidade preso, como um pássaro apanhado num passarinheiro. O sonho é um consolo, a esperança a sua força.

A sociedade é a sua gaiola, ou a sua agonizante passarinheiro e o mundo um sistema vicioso deste conceito escravizador. Neste mundo a porta é o capital e as tradições seu telhado, onde a chuva da verdade não molha e o sol da justiça não aquece e o frio da ilusão é uma constante na vida de cada prisioneiro.

Muitos estão em grandes presídios, sem saber da grande realidade que está aos seus olhos, desejam ardentemente livrar-se das grades. Pensar em alcançar a liberdade aparente. Por esta razão todos entram em choque e vão ao longo de suas vidas, condenados a travar lutas para nada e se cansam de lutar contra a liberdade fantasiada com a capa da hipocrisia; sem ter como colher alimentos justos. Voar, sem riscos de pedradas ou alçapão, não um sonho, mas realmente livre. Rumo ao seu ninho, sentir a alegria da realização de com a família encontrar; ai sim poderá ver aqueles sonhos se cumprirem. Aqueles que dentro da gaiola tivera, com a sua amada e sua prole, num show da natureza, alimentá-los... Entretanto, como um choque de mil volts, que aos pássaros não conseguem matar, mas faz este pobre sonhador, com muita revolta, voltar ao crime em protesto a sociedade. Em lágrimas de revolta, entende que as grades é a sua verdadeira habitação.

Como eu gostaria, em um toque de mágica, que o homem entendesse a liberdade. Certamente não correria em louca fuga, nem procuraria o fumo como alternativa para vencer o tempo, ou a ansiedade; ou a bebida, para falar de amor àquela louca paixão, para fazer um discurso ao patrão, para poder conversar no seu habitat e triste vencer a insônia desmaiando em pleno chão, por não reconhecer a sua cama; ou as drogas; ou os prazeres temporários; ou o falso discurso de sexualidade; ou o falso sorriso com a sua companheira gargalhada artística. Ai então, depois, com muita força, loucamente, gritaria: eu sou um pássaro! E com suas assas voaria, como uma águia, bem alto... Longe dessa sociedade... Então livremente comeria, beberia e amaria eternamente.