Amor de Hiroshima
Atracada aos sentimentos de carência e dependência seguia ela o seu destino cuja condução era guiada por Deus (acreditava nisso e respirava).
Não era fácil se desfazer daquela carga que trazia desde o nascimento.
Do pai, sobrou o nome impresso numa folha de papel com timbre. Certidão verdadeira, atestado falso. Pai é quem participa. Foi comprar muamba importada no Paraguai e jamais voltou ou deu notícias.
Da mãe, guerreira, o ofício tomou o tempo. Era dia, tarde, noite, madrugada. As horas não lhe eram suficientes e quando não mais suportava a pressão, chorava, copiosamente. Quantas vezes chorou junto?
Aprendeu sobre solidão como ninguém, e da solitária de cada dia tirou sua força para seguir adiante, mesmo tendo brecado seu pensamento por diversas vezes, abruptamente, quando se entorpecia para aliviar a dor que a consumia. Não queria a morte do corpo, mas o sepultamento da dor, e com isso, os pulsos tinham cicatrizes; a mente acelerada recebeu visitas de nomes estranhos: diazepam, Rivotril, fluoxetina; e os dias eram uma espécie de globo da morte.
O que ela procurava, em cada canto, em cada santo, em cada manto era uma segurança, uma âncora, um tripé.
E era intensa em tudo e com todos. Se agarrava com unhas e dentes. Sufocava com seu amor de Hiroshima.
E de expectativa em expectativa se frustava, se espetava, se cortava, se rebelava, contra si, contra os outros, seu mundo.
E num piscar de olhos, por coincidência, se encontrou naquele labirinto. Tentou fugir. Tentou sair. Gritou ao mundo, suplicou ajuda e se encontrou. Não adiantava procurar lá fora o que estava ali, no seu interior. Segurou a emoção e num choque de razão, elétrica, pensou e repensou, era preciso sobreviver. E ela entendeu e saiu do labirinto.
Era só mais um jogo e ela ganhou a primeira partida. Era um tremor que deixava rastros feito em Nova Zelândia, e não sabíamos ao certo a magnitude do próximo. Era preciso esperar o tempo que para ela era uma bomba relógio...
Atracada aos sentimentos de carência e dependência seguia ela o seu destino cuja condução era guiada por Deus (acreditava nisso e respirava).
Não era fácil se desfazer daquela carga que trazia desde o nascimento.
Do pai, sobrou o nome impresso numa folha de papel com timbre. Certidão verdadeira, atestado falso. Pai é quem participa. Foi comprar muamba importada no Paraguai e jamais voltou ou deu notícias.
Da mãe, guerreira, o ofício tomou o tempo. Era dia, tarde, noite, madrugada. As horas não lhe eram suficientes e quando não mais suportava a pressão, chorava, copiosamente. Quantas vezes chorou junto?
Aprendeu sobre solidão como ninguém, e da solitária de cada dia tirou sua força para seguir adiante, mesmo tendo brecado seu pensamento por diversas vezes, abruptamente, quando se entorpecia para aliviar a dor que a consumia. Não queria a morte do corpo, mas o sepultamento da dor, e com isso, os pulsos tinham cicatrizes; a mente acelerada recebeu visitas de nomes estranhos: diazepam, Rivotril, fluoxetina; e os dias eram uma espécie de globo da morte.
O que ela procurava, em cada canto, em cada santo, em cada manto era uma segurança, uma âncora, um tripé.
E era intensa em tudo e com todos. Se agarrava com unhas e dentes. Sufocava com seu amor de Hiroshima.
E de expectativa em expectativa se frustava, se espetava, se cortava, se rebelava, contra si, contra os outros, seu mundo.
E num piscar de olhos, por coincidência, se encontrou naquele labirinto. Tentou fugir. Tentou sair. Gritou ao mundo, suplicou ajuda e se encontrou. Não adiantava procurar lá fora o que estava ali, no seu interior. Segurou a emoção e num choque de razão, elétrica, pensou e repensou, era preciso sobreviver. E ela entendeu e saiu do labirinto.
Era só mais um jogo e ela ganhou a primeira partida. Era um tremor que deixava rastros feito em Nova Zelândia, e não sabíamos ao certo a magnitude do próximo. Era preciso esperar o tempo que para ela era uma bomba relógio...