A solitária cigana do espaço
Ela dança, mas ninguém vê
No delírio dos dias enlouquece
a quem tenta conhecê-la.
Ela é um poço de nada
oferecendo ao espaço
tudo o que tem.
É a cigana maculada
por uma ferida
que não vale vintém.
Há tanto a se falar sobre ela
Mas nada sai de sua boca
Ela é oculta em tudo o que faz
Quem a conhece não a conhece jamais.
A vida não tem jeito
E ela bem o sabe
Manda para o espaço
suas orações transviadas.
Ela sabe de tudo
mas não sente nada.
É a cigana maculada do espaço
Aquele que dança fora dos palcos.