Aceite-me!5

Meeira. Com Deus sigo, sinto-me dividida somente na parte que não o vejo, consinto amorosamente que seus braços sejam nos meus. Sua magnitude neste corpo, extravasa as portas da alma, com ela, vivo não somente a bem aventurança, mas encorajo-me viver o pior pela via da compaixão.

Sofrimento humano, elo infindo da causa e efeito que trouxeram-nos até aqui, este emaranhado de fatos que revelam-se no choro da criança barriguda e faminta, nas enchentes e detritos invadindo lares dos homens e mulheres, que despenderam esforços desmedidos para a compra do fogão e do sofá, da cômoda e da máquina de lavar, que nem mesmo haviam começado pagar as parcelas.

Com Deus, o “Um sem minuto”, “O Ponto Zero”, Aquele que nunca foi, busco encontrar paz em alta tempestade. Afinal, para vir o novo, o velho tem que ser diluído. Perdas, mortes prematuras, horrores explodindo aqui e lá, a intimidade, este acesso fácil e gratuito que os recônditos da alma participa, quero manter morada.

Expor-me neste contexto, e ser abraçada pelo calor amoroso Daquele que Tudo É, tem amaciado meu sorriso, desenrugado rapidamente a expressão do rosto, logo que as águas do emocional se acalmam na diluição do que sou no Oceano Maior.

A ira, a ansiedade, a tempestade viciada que o ego que porto se acostumou realizar, se esvai na superfície.

Ó! Farol Interpenetrante! Aquele que não deixa sombras! Sol do Meio Dia! Faça de mim o melhor que nunca fui, trabalha em m´Alma, como o Oleiro à argila. Tira de mim os ciscos, massa sovada quero estar, para que a qualidade apareça e eu seja enfileirada entre aqueles que serão úteis a estar na Tua Seara.

Quando no silêncio, na penumbra, vê-se o que é. Aquilo que tornará pó um dia, é diluído no Grande Oceano, tornando-se Uno com Deus.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 14/03/2019
Código do texto: T6597654
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