GARGALHADA...

      Conheci alguém que tinha uma gargalhada sonora, franca, inteira, ardente, jovem, fresca, irresistível!...E esta pessoa quando ria assim, atirava a cabeça para traz,deixando sair o riso que vibrava largo tempo depois , no ouvido, encantando o silêncio, que a seguia.
     Vejo-o tão bem! Os cabelos negros e ondulados sacudiam-se, deixando ver a testa morena e sonhadora. A boca  abria-se, bem feita, abria- se, retorcendo os negros bigodes na gargalhada que saia alegre e sonora.
     Era o único, entretanto, que ria assim, deixando ressaltar a jovialidade de seu genio.
     E  quando ouvia aquele riso repercutir na vasta sala onde nós, os noventa alunos assistiamos as aulas teóricas eu não podia deixar de virar a cabeça, e sempre encontrava aquela cabeça morena atirada para traz, tão expressiva, inteiramente entregue ao prazer do riso.
     E agora, quantas vezes me parece que vou ouvir ressoar, em qualquer lugar onde estou, aquela gargalhada, e sinto-me esremecer, como então estremecia. Paro...escuto! É uma ilusão! É no fundo do meu coração que vive aquele riso, é no meu pensamento que ele solta o riso de um coração viril, repleto por demais e que esfusiava pelos lábios afora como um inebriante canto feliz.
     Ficas na minha vida como uma nota vibrante, e saudosa que jamais voltará a repercutir no meu caminho, gargalhada querida!



( IMAGEM DO GOOGLE)

     
Jeane Diogo
Enviado por Jeane Diogo em 13/03/2019
Reeditado em 13/03/2019
Código do texto: T6596806
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