Pausas e Cesuras de Mim
 
Também não quero uma partitura de lamentos subordinada aos ruídos de fora, às dores e medos que hoje vivem sua sentença de atrasos e profundos retrocessos. Entreguei-me à busca de ecos de meu próprio cinzel e encontrei só promessas de que um dia eles se fariam ouvir... Por isso, pra não me lamentar, me calo! Me calo! Sigo ausente de mim mesma, de minha própria voz, de meu lugar de fala... Me calo! Sim, por isso sigo compondo silêncios, aqueles silêncios íntimos de mim, tangíveis, quase que bordados, impressos na alma qual digitais do tempo. Aqueles silêncios que me sejam, que me saibam, que me expandam sim e me façam viver minhas pausas e notas de bemóis sustenidos e semibreves staccatos como eu sou, como me sei, como me queira expandir no mundo, em ti, em mim... Por isso, me calo! Me calo! Me faço pausa e silêncio em minhas notas de bemóis sustenidos e semibreves pontuados de cesuras que você não quer mais ouvir...