Carrego todas as mulheres

Carrego todas as mulheres

as santas; puras;

depravadas; prostitutas;

jovens coloridas;

ou idosas desbotadas,

desta e doutras vidas,

vão em mim bem coladas.

Na pele; na mente;

na alma; no coração,

umas ainda sementes,

outras frutas no chão.

De segunda a domingo,

na música; no aroma;

num doce sorrindo;

ou dor que assoma.

Sinto-me álbum incompleto

de figurinhas raras,

meio que objeto

por tanto desejá-las.

Não mereço perdão, compaixão,

nem mesmo segunda chance,

pois se em minha razão

quero todas num romance.

Carrego mulheres e não são poucas,

as sublimadas e as loucas.

Carrego todas elas sempre,

umas são cruzes, outras presentes...