VÍCIO MALDITO......

Era Maria, era José

era José Maria e Maria José.....

Dois jovens humildes, se conheceram na linda

São Thomé das letras.

Cidadezinha pequena,ladeada de montanhas e rochedos

da minha amada e mística Minas Gerais.

Foi amor a primeira vista....

Ele lavrador,ela diarista.

José Maria de pronto se encantou

com a linda morena faceira, dos olhos negros,da cor dos frutos da jabuticabeira..

Tinham o encanto e o frescor da idade,tudo na maior simplicidade...

Ele rapaz forte,da pele bronzeada pelo trabalho de sol a sol,

trabalho duro de roça.

Mas da lida, não reclamava não,acordava

cedinho ao raiar do dia,tomava seu café e e ia pro roçado com a enxada na mão e esperança no coração.

O casamento foi bonito,coisa simples,

a igrejinha da vila lotada com a parentada

e amigos dos nubentes,

todos felizes e contentes.

Estava toda enfeitada com gérberas e flores do campo,lindamente adornada e perfumada,para

esse dia tão esperado.

Depois da troca de alianças,a união estava sacramentada.

Era um sonho que se iniciava,nos corações se acalentava.

A vida era dura e a realidade bate na porta, nua e crua.

No começo era apenas doçura ,candura,

fazer amor a luz da lua.

José Maria estava mudando,saia do trabalho no campo, direto pro buteco da vila.

Todo dia bebia.

Usava a cachaça como pretexto, para esquecer a dureza da vida,das agruras do seu dia.

Chegava tarde da noite em casa,

bêbado,cambaleante, fedendo a cachaça,isso quando na vila não fazia arruaça.

Maria José,olhava ele nesse estado e chorava,ele se transformava.

Não era o mesmo José Maria que amava.

Dia desses, passou da conta e um tapa forte no rosto delicado da Maria José acertou,foi forte,sangrou....

Doeu na alma...

Não dava mais ! O amor e

o respeito se acabou.

Ela até que tentou,sofreu por um tempo calada,

talvez ainda acreditando numa virada,

que cilada...

Hoje, Maria José vive com os pais.

Tudo o que ela mais quer, é ter a sua paz,

esquecer as juras e promessas de amor,essas lembranças só lhe causam dor.

José Maria vive só, no casebre,hoje não tem mais nada que o alegre.

Trabalha de dia e a noite bebe, pra ver se da Maria José esquece,

no copo cheio da mardita o sangue se aquece,

bebe até que adormece....

Uma história de amor que naufragou,mais um sonho que acabou num copo de cachaça,

uma vida sem mais graça.

Era prá ser tudo tão bonito,maldito vício!

que tirou da vida de um casal os sonhos e o viço...

Ed Wolf
Enviado por Ed Wolf em 04/03/2019
Código do texto: T6589561
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