AMOR INFINITO
Guida Linhares

Às vezes faço tantas perguntas para mim mesma, das quais não encontro respostas, então escrever se torna um bom exercício para compartilhar com outras mentes e corações, certas dúvidas inquestionáveis de cada um de nós.

Sou espiritualista e acredito na reencarnação, pois uma vida só me parece pouca para a evolução em todos os sentidos. 

Embora os atuais cânones do Cristianismo preguem a ressurreição, sabe-se que nos antigos documentos já existia a reencarnação, tendo sido abolida: "Era, então, meados do século VI, no ano de 553, quando o segundo Concílio de Constantinopla, atual Istambul, na Turquia, em decisão política, para agradar o Império Bizantino, resolveu abolir tal certeza, cientificamente justificada, substituindo-a pela palavra ressurreição, que ataca toda ordem natural do processo da vida neste planeta." *

Mas agora vem o meu questionamento interior: 

- O amor pode ser infinito, a ponto de atravessar as várias encarnações?

Não sei responder com certeza, pois vejo que a jornada do ser humano requer várias vivências e experiências que muitas vezes dependem dos estímulos vindos de outra pessoa, quer seja familiar, amigo ou parceiro/marido/namorado/amante.. 

Viver só pode não trazer toda a gama de sentimentos e emoções necessárias a uma vida saudável, então quando o companheiro morre e depois de um sentido luto, a vida continua, ainda que a saudade seja intensa. 

Porém haverá dias e dias a serem vivenciados pelo/a viúvo/a, que muitas vezes ao sentir o peso da solidão a auto estima se torna rebaixada. 

Enfim seria justo privá-lo/a de um novo relacionamento completo. uma nova aventura a dois?

E o amor eterno como ficaria? Existiria realmente dentro das leis naturais esta continuidade amorosa nas sucessivas reencarnações? 

Ou seria apenas uma obra do acaso o surgimento do amor em nossas vidas, sem a conexão infinita?

As hipóteses são diversas e nos fazem refletir do quanto somos ignorantes a respeito da magia que se chama simplesmente "vida". 

Somos seres que tateiam no escuro, vagando pelas teorias, como quem busca um tesouro no fundo do mar das incertezas.

Santos/SP/Brasil 
18/08/18

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