Saudosismo e Espera 3

Saio a hora que quero do espetáculo, Sou compelida entrar nele em tempo e fora dele. Inenarrável condição.

Ser a argola do brinco da Imperatriz, o acolchoado que adorna a casa do lenhador., o toque na maçaneta da casa do pobre, o brilho do ouro no colar do pescoço da moça vaidosa.

A arquibancada, vez outra, um dos personagens da plateia de um espetáculo das artes da história,expressão dos grandes espíritos na luta, nas expressões musicais, na pintura de um quadro, no auge de uma narrativa mítica.

Tomo a vestimenta da brisa que espreita os amantes na cama dos prazeres, vivo na pele que eles habitam, as sensações que trocam, Sou a comunicação das Almas nesta intimidade, e ainda, o som do brindar, taças que se recostam sob o impulso das mãos que confraternizam a vitória, a realização.

Deixo de lado o que sobeja, porque a visão que meu corpo físico dispõe não encampa a extensão da glória realizada de Deus, em tantos mundos e dimensões. Onda Primordial que vive do transporte da informação, sempre a serviço das infinitas possibilidades.

Tomei parte da Consciência Suprema, vivo na avenida onde Deus atua. Sinto Ele em sua atividade.

Diante de tamanha grandeza e realização, desisti de buscar conhecer sua personificação, da ideia D`Ele poder existir, ou não.

Ficam cores de fora, cheiros, palavras, belezas de infinita significação, que saem pelo ralo do entendimento, por falta da capacidade expandida, aquela estou a caminho da realização, que a frequência vibratória desta orbe limita-me.

Esta Onipresença impregnante, desfez degraus, distâncias e obstáculos, permite-me a entrega.

Colocou a Porta aberta diante de mim, uni-me a Ela, Aquela que nenhum homem pode fechar.

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 21/02/2019
Código do texto: T6580736
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