POR QUE ASPIRAS TANTO À FAMA? UM DIA TUDO ACABARÁ!
Quem és tu, ó homem a que se orgulha de teu mísero nome?
Do que em sua teimosia tanto resistir s'insiste em sua mentira?
Ainda que entre mil labutas a querer fugir de sua tristeza e vazio
Do s'esquivar em tal grau o quer da morte que lhe acena!
Oh! quant'angústia!
Na vista que s'embriaga no que aqui fazes
(mesmo qu'fêmero seja, e igualmente fugaz sejas também tu)
Ai, como és paupérrimo, embora admitir não o queiras
E de repente, ao que ninguém s'esperava, tudo acabou
Do tempo a chegar ao seu termo
E foi tão breve!
Qual mar a se findar no horizonte dos olhos de quem, pois o via
Ao que todos quereriam que se prolongasse... interminavelmente
Não tanto o oceano, quanto na verdade... o tempo e a vida
Todavia, completou-se o seu ciclo
Terminou... esgotou-se... morreu...
Inexoravelmente!
E assim já ninguém mais havia:
Nem filósofos, nem músicos, nem doutores, nem poetas
Como não havia a quem deveras apreciá-los então antes podia
Ao que, portanto nada nem ninguém sobraram do que outrora existia
Da memória perdida e varrida de tudo o que se fez neste prazo
Oh! vivas paixões a que eram! em que agora nem nos túmulos restaram!
E destrate já não se vê mais nada nem ninguém:
Nem o filósofo ou sua filosofia
Nem o músico ou sua melodia
Nem o doutor ou sua vaidosa maestria
Nem o poeta ou sua amada poesia
E assim, tudo foi embora... e se perdia!
Ó pobre mortal, a que t'elevas em tua ridícula soberba
A se achar melhor que tudo e todos
E acima do próprio Deus
Um dia serás comida para vermes
Oh! não t'esqueças!
E um dia nem mesmo os vermes estarão aqui para contar a estória
Por que tudo um dia... tudo irá embora!
Um dia, tudo acabará
Por que, então, aspiras tanto à fama?
************************
20 de fevereiro de 2019