Insônia
É como se eu nascesse toda manhã novamente.
E sinto toda confusão, de quem vê o mundo pela primeira vez.
Puxo o ar com força, para preencher meu pulmão vazio da morte da noite anterior.
E sinto todas as dores de um corpo novo, que nasce, e quer se movimentar.
E sinto as dores do parto. Dor do paradoxo de parir a si mesmo.
É doloroso, é confuso, um espetáculo silencioso.
Fico imóvel um tempo, olhando tudo ao meu redor.
E escuto cada batida do meu peito, de um coração novo, de um ser novo a calcular o próximo movimento.
Por isso é tão difícil dormir e doloroso acordar...
Eu morro e nasço todos os dias.
18/02/19