Dia Especial

Ele saiu sozinho a procura de si.

Era angustiante para Ele estar longe de si mesmo.

De todas as solidões essa certamente era a pior de todas. Naquele dia acordou decidido a se encontrar, há anos que não acordava com tamanha coragem.

O medo de fracassar novamente o consumia, mas naquele dia, acordou convicto de que o medo não iria desaparecer, era necessário sair com medo mesmo, a princípio enfrentar o medo parecia ser mais terrível que a própria morte, imediatamente percebeu a estupidez, era óbvio, nunca soubera de um morto "apreensivo" dentro do próprio caixão, entendeu que o medo é peculiaridade dos vivos.

Decidiu sair ainda antes do amanhecer.

Aproveitar o primeiro raio de luz certamente era uma vantagem.

Assim que o sol fitou o horizonte e sua luz numa velocidade absurda tocou a sua Íris, Ele chorou.

Não sentia há tempos a alegria de um dia especial.

A luz do seu olhar, com a luz do sol, eclodiu a beleza da criação.

Foi então que Ele entendeu que as imagens que criara de si mesmo era mera idolatria de um crédulo que não sabe que a fé é tão cega quanto o "autoconhecimento". E como um iconoclasta destruiu uma por uma.

A aurora continuava a ressuscitar pessoas.

E nem era o terceiro dia.

Ele encontrou o potencial que existia dentro de si.

Luciano Cavalcante
Enviado por Luciano Cavalcante em 14/02/2019
Código do texto: T6574698
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