atomização & otimização
Unicidade foi uma palavra muito difundida nos últimos meses. Então, não entendendo, mesmo, a necessidade de a discutir tanto, tendo recebido escritos com visões um tanto deturpadas, busquei, na radicalização do conceito, o porquê de tal esforço em redefinir o significado. Acabei pousando o pensamento no atomismo, algo delineado ainda no período pré-cristão, por filósofos como Epicuro, no qual a matéria é composta de átomos, perpétuos, que possuem a mesma natureza, porém, diferentes em seus formatos. Lembrei de Wittgenstein e Russel, que, em tempos mais recentes, tentaram redefinir a teoria, lançando novos textos, com ideias que acabaram abandonando pouco depois. Digamos que não se pode querer redefinir algo só para redefinir, criar um significado próprio ou para certa circunstância, modismo, ou ainda, para tomar para si algum "mérito". Apenas buscando a inovação é que se pode suplantar, e de forma natural, algo antes concebido. A ética é a ética, o certo é o certo, o errado é o errado. Não se pode difundir uma ética própria, como já presenciei algumas vezes na vida. Ética é uma coisa, norma corporativa é outra. E só se pode almejar a busca pela unicidade se as diferenças, entre os indivíduos nela envolvidos, forem respeitadas e vistas como essenciais nas discussões. Aproveitando, vejamos algo que Epicuro escreveu:
Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode.
Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus.
Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus.
Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus.
Se pode e quer, que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então a existência dos males?
Por qual razão não os impede?
Imagine como foi a recepção do questionamento há mais de dois mil anos atrás. Imagine como teria sido o respeito ao ponto de vista expressado. Nos dias de hoje não é diferente, ainda há muita dificuldade na aceitação da opinião alheia, vejo até piora em certos aspectos.
Eu mesmo sempre tive grande dificuldade para lidar com pessoas e diferenças, tendo demorado até para reconhecer o fato. E também reconhecer que a existência de diferenças é indispensável. E é assim, indispensáveis, que os átomos trabalham. Se todos os átomos fossem iguais tudo seria uma coisa só. Não existiria nenhum sentido. Inclusive, em buscar unicidade.
Unicidade foi uma palavra muito difundida nos últimos meses. Então, não entendendo, mesmo, a necessidade de a discutir tanto, tendo recebido escritos com visões um tanto deturpadas, busquei, na radicalização do conceito, o porquê de tal esforço em redefinir o significado. Acabei pousando o pensamento no atomismo, algo delineado ainda no período pré-cristão, por filósofos como Epicuro, no qual a matéria é composta de átomos, perpétuos, que possuem a mesma natureza, porém, diferentes em seus formatos. Lembrei de Wittgenstein e Russel, que, em tempos mais recentes, tentaram redefinir a teoria, lançando novos textos, com ideias que acabaram abandonando pouco depois. Digamos que não se pode querer redefinir algo só para redefinir, criar um significado próprio ou para certa circunstância, modismo, ou ainda, para tomar para si algum "mérito". Apenas buscando a inovação é que se pode suplantar, e de forma natural, algo antes concebido. A ética é a ética, o certo é o certo, o errado é o errado. Não se pode difundir uma ética própria, como já presenciei algumas vezes na vida. Ética é uma coisa, norma corporativa é outra. E só se pode almejar a busca pela unicidade se as diferenças, entre os indivíduos nela envolvidos, forem respeitadas e vistas como essenciais nas discussões. Aproveitando, vejamos algo que Epicuro escreveu:
Deus, ou quer impedir os males e não pode, ou pode e não quer, ou não quer nem pode, ou quer e pode.
Se quer e não pode, é impotente: o que é impossível em Deus.
Se pode e não quer, é invejoso: o que, do mesmo modo, é contrário a Deus.
Se nem quer nem pode, é invejoso e impotente: portanto nem sequer é Deus.
Se pode e quer, que é a única coisa compatível com Deus, donde provém então a existência dos males?
Por qual razão não os impede?
Imagine como foi a recepção do questionamento há mais de dois mil anos atrás. Imagine como teria sido o respeito ao ponto de vista expressado. Nos dias de hoje não é diferente, ainda há muita dificuldade na aceitação da opinião alheia, vejo até piora em certos aspectos.
Eu mesmo sempre tive grande dificuldade para lidar com pessoas e diferenças, tendo demorado até para reconhecer o fato. E também reconhecer que a existência de diferenças é indispensável. E é assim, indispensáveis, que os átomos trabalham. Se todos os átomos fossem iguais tudo seria uma coisa só. Não existiria nenhum sentido. Inclusive, em buscar unicidade.
20/1/2016