Museu das emoções
Folhagens do tempo farfalham em horas, que cavalgam ponteiros pelos campos demarcados por numerais romanos, dentro dos relógios de paredes. Os quadros contam das molduras, todo labor empregado para amparar a arte da pintura. Coisas antigas relatam fragmentos de histórias. Os objetos mantêm a concretude da existência. As gerações se substituem e na evolução, mais tarde, se fazem projetos para lembranças futuras. Decrépitas, acham-se aptas a ensinarem e darem exemplos. Mas vida é aprendizado o tempo todo. Anciãos notam falhas em crianças, porque um dia, foram assim também, falhos.
Museu das emoções é minha mente que guarda pedaços de tudo que vivo. Sou estátua moldada no meu descansar, depois que paro da jornada diária e me ponho a refletir antes de dormir. Na manhã me faço quadro vazio para pintar em afazeres toda minha obra já esperada para o dia. O inesperado joga baldes de tinta para compor as cores, no esboço que faço em esperanças de mudança, porque todo mundo tem sonhos.
Paredes falam entre si, da serenidade das pessoas, cada qual em seu lugar. Indivíduos por si negam às vezes toda essa placidez existente e que podia ser conjunta para o bem mútuo. O prédio já vai se fechar e proteger suas relíquias. Eu saio junto a outras pessoas. Levo comigo imagens, um pouco de fatos e um tanto de nada, porque me faz feliz cultivar museus apenas em mim. Não me atrai os exemplos de soberania e luxo, visto que na vida eles se exaltam pela miséria causal. A história é dolorida nos seus decorreres. E gritante, visando angariar tesouros e territórios; Em outras partes, títulos e nobreza.
Nos museus deveriam ter somente obras de arte e não idolatrias e reverências a alguns tipos de personagens antigos. Eternizar certos personagens e suas conquistas é o mesmo que obrigar a todos crerem que essas personalidades eram perfeitas. Nunca se sabe. Arte de vida é complexidade de ser simples apenas. A cada um compete o papel principal de ser feliz. E que seja coadjuvante na intenção de incrementar a felicidade do outro.