Da minha Varanda
O dia amanheceu preguiçoso respirando o ar puro das manhãs tranquilas.
Um sol tímido espiou mansamente os telhados e quintais que ficaram recobertos de folhas trazidas pelo vento noturno.
As calçadas e as ruas esperam enxugar-se por entre os amontoados que misturam galhadas e flores de Ipê, enfeitando agora os entulhos da esquina que ainda ontem denunciava uma parede recém pintada.
As casas ganharam cores sombreadas de umidades e suas janelas gotejaram lembranças do açoite e do uivo temporal que cantara solenemente a cumeeira.
E o dia abriu-se atrasado, se fez curto, iluminado de brevidades que da minha varanda se estendeu em quietudes e carícias sob o manto da aurora em paz....
Hoje, mais cedo, acenderei estrelas no céu e a brisa mansa me anoitecerá.