NOSSOS LÁBIOS

E o seu sorriso letal me atingiu como uma pedra. Proposital pedra!

A música tocou no ritmo certo, no nosso ritmo. Eu então pude ver meus sonhos bailando em seus olhos...doces olhos! Olhos em que me encontrei, assim, de supetão.

O som abafou a sua voz. Mas eu nem queria te ouvir naquele momento, só te olhar mesmo! Você não sustentou o meu olhar, tornou a sorrir. Desencadeou o meu sorriso, desta vez desarmado. Andava tão arredia ultimamente...

E decidi abrir a porta que tem tranca por dentro. Sua batida foi tão sútil e diferente. Te convidei a entrar, se acomodar. Você veio sem jeito, quase um desdenhar. Mas as batidas do seu coração, ah, eu pude ouvir de longe! E quer saber de uma coisa? O coração não engana; porque ele não fala, apenas bate! Palavras são desnecessárias. Quanto menos se fala, mais se sente. Sei lá porque, mas somos assim!

Eu senti seu tremor. Disfarce mal feito... mas já segurava suas mãos. Tremeram nas minhas. E tudo bem! Eu também nem sempre estou segura.

Um minuto sem nada dizer, e me pareceu um século. Às vezes o silêncio é barulhento. Calei o barulho com um beijo. Tampei seus lábios. Guardei-os em minha boca. Ficou melhor assim!

Nileide Regina (Nila)
Enviado por Nileide Regina (Nila) em 04/02/2019
Código do texto: T6566479
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