O ÚLTIMO CAPÍTULO.

Nas páginas não escritas de mais um romance, protagonizam e agonizam no papel sem cor, momentos transparentes vividos e esquecidos. Tantas inspirações vida afora, formaram capítulos mas não uma história. Dispensáveis volumes preenchendo espaços em capítulos vazios a entristecer e decepcionar. Na verve entusiasmada do incansável criador, poesias atraem em busca do amor. Lindas, em rimas, mistérios e esplendor. Ganham formas, beleza, ganham até, capítulos inteiros. Contudo, infelizmente, destoam do título e do conteúdo esperado. O bom livro dispensa capa bonita, mas exige enredo interessante. Por vezes, possui início complicado, confuso, desencontrado e cansativo. No entanto, se conseguirmos avançar, perceberemos que foi válida a tentativa. E a trama deslancha de forma tão bonita, esperada e prazerosa. E no continuar da leitura, novos personagens protagonizam o enredo; dessa vez, apenas um par. Antagonistas, oponentes, coadjuvantes e figurantes são dispensados. E flui a história. Embevecido, aliviado e finalmente, convencido de que para uma história dar certo, quantidade não é qualidade, dá-se o penúltimo capítulo do livro. Depois dos encontros, desencontros, acertos, desacertos...tristezas e alegrias. Felizes para sempre? Não se sabe, na verdade. Sabe-se apenas, que entre beijos, desejos e palavras de amor, antes que terminasse o romance, transmutaram-se os protagonistas em um lindo POEMA.

Elenice Bastos.